Na última semana, médicos e enfermeiros da Santa Casa de Itapeva se reuniram com a diretora técnico-administrativa, Vanda Vitoria Carneiro de Santana, para conversar a respeito do Programa Paulista de Apoio à Comissão Intra-Hospitalar de Transplante (PPA-CPIHT), que prevê normatizações de acordo com portaria aprovada pela Secretaria do Estado da Saúde.
A existência e o funcionamento de Comissões Intra-Hospitalares de Transplante (CIHT) permitem uma melhor organização do processo de captação de órgãos, identificação dos doadores potenciais, abordagem mais adequada de seus familiares, maior dinamismo na articulação entre o hospital notificante, a Organização de Procura de Órgãos (OPO) e a Central de Transplantes (CTx), permitindo a ampliação na captação de órgãos. O programa consiste no estímulo à busca ativa e manutenção da viabilidade do doador potencial até o momento da captação dos órgãos e tecidos para transplante.
Entenda o fluxo
O processo de captação de órgãos começa quando uma pessoa tem o diagnóstico de morte encefálica em uma Unidade de Terapia Intensiva. Essa ocorrência é informada para uma Central de Transplante. Nestas circunstâncias tem-se um “potencial doador”, ou seja, uma pessoa morta, em condições físicas de ser doador porque a viabilidade dos órgãos está sendo mantida com a ajuda de respiração artificial e do uso de medicamento.
Outro médico, geralmente neurologista, fará novo diagnóstico de morte encefálica pelo menos seis horas após o primeiro, complementando esse diagnóstico com exame laboratorial, conforme exigência da lei. Confirmado o diagnóstico de morte, o coordenador de transplante solicita a doação dos órgãos para a família. Caso a família não concorde com a doação de órgãos o intensivista suspende todo o tratamento de manutenção da viabilidade dos órgãos e o corpo é entregue para as formalidades e cerimonial de sepultamento.
Se a família autoriza a doação, o intensivista será o responsável pela manutenção do potencial doador até que ocorra a retirada dos órgãos. Simultaneamente, vários profissionais do hospital e da Central de Transplante coordenam a realização de uma série de exames físicos e biológicos para avaliar a viabilidade do doador e da compatibilidade com os possíveis receptores em lista de espera. Se a morte ocorreu por cessação das funções neurológicas, se é mantida a função respiratória e cardíaca por meios artificiais, e tem-se um doador de órgãos e tecidos. Se a morte ocorreu por parada cardiorrespiratória o doador é apenas de tecidos (córneas, ossos, etc.), que podem ser retirados até seis horas após o óbito.
A identificação de seleção dos receptores é feita com bases em critérios muito rígidos que consideram, especialmente, a compatibilidade (a identidade biológica entre doador e receptor) e o grau de urgência em que se encontra o receptor.
Cada vez que se inicia um processo como este se renova a esperança daqueles que a aguardam a chegada de um órgão como última alternativa de sobrevivência.
A Santa Casa já possui a Comissão de Transplante formalizada desde 2010, quando deu início à captação de córnea. Depois disso, já realizou captação de diversos outros tecidos. “O Programa Paulista de Apoio à Comissão Intra-Hospitalar de Transplante permitirá o incremento da equipe envolvida e a adequação de um trabalho que já estava sendo desempenhado pelo hospital”, conclui Vanda.
Participaram também da reunião os médicos Dr. Gilberto Luiz Castro Vinhas, Dr. Luiz Fernando Santos, Dr. Marcelo Poli e Dra. Valéria Moreira, e os enfermeiros Cleverson Valentim Nobre, Fabiana Cruz, Juliana Araújo Cravo, Claudete Oliveira Costa, Jeovana Lopes Faria e Lucila Murat.