A Santa Casa de Itapeva é um dos hospitais do interior paulista habilitados a fazer captação de córnea. A parceria com o Banco de Olhos de Sorocaba, um dos maiores do País, contribui para diminuir o tempo de espera de quem aguarda um transplante.
A fila para o transplante de córneas no Estado de São Paulo, segundo estimativa da Secretaria Estadual de Saúde, é de apenas 15 dias. A queda expressiva do número de pacientes que aguardam por esse tipo de procedimento é resultado do avanço da tecnologia na área médica, aliado à infra-estrutura existente para a captação e distribuição desses tecidos. Há dez anos, o paciente ficava cerca de três anos aguardando uma córnea.
Em 2008, a Santa Casa de Misericórdia de Itapeva deu o primeiro passo para a captação de córnea, firmando Termo de Cooperação com o Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), que é referência nacional no assunto. Para dar início ao processo de captação dos tecidos oculares, enfermeiros da Santa Casa foram treinados sob a responsabilidade técnica do BOS, obedecendo à legislação vigente.
Quando doadas, as córneas são encaminhadas para o Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), que também é o hospital responsável por fazer os transplantes. Lá, os tecidos vão para um laboratório e passam por, no mínimo, três análises capazes de revelar se podem ou não ser aproveitados. São exames rigorosos, para a segurança dos receptores. Uma córnea pode beneficiar até quatro receptores.
Embora hoje a fila para a espera de córnea seja muito pequena, é preciso conscientizar a sociedade sobre a importância da doação. Na Santa Casa, quando um paciente vai a óbito, a equipe de enfermagem conversa com a família para explicar sobre a possibilidade da doação do tecido e pedir autorização para captação. Apesar disso, o índice de doação ainda é baixo.
Na última semana, a equipe do BOS esteve na Santa Casa para fazer uma reciclagem técnica com os enfermeiros responsáveis pela captação. Paralelo a isso, uma ação conscientizou os funcionários sobre o processo de doação. Também foram confeccionados cartões, identificados como “Cartão do Doador”, que manifesta em vida o deseja da pessoa em doar suas córneas.
Iniciativa que deu certo
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, São Paulo conseguiu zerar a espera. Mas levou nove anos para reorganizar o sistema. Antes, a lista não era unificada e cada paciente se inscrevia por conta própria nos serviços. De acordo com os responsáveis, foi feito um mapeamento da região, com ênfase