Itapeva e hospitais de outras sete cidades do interior paulista participam do G8, grupo focado na troca de experiências e soluções de gestão hospitalar
Itapeva recebeu, na última sexta-feira, a visita de provedores e superintendentes das Santas Casas de Franca, Marília, Palmital, Votuporanga, Dracena e Ourinhos, cidades do interior paulista que compõem o G8, grupo fundamentado na troca de experiências e soluções de gestão hospitalar. Além das cidades aqui representadas também participam do G8 Sorocaba e Rio Claro.
O encontro aconteceu no auditório da Santa Casa de Itapeva, e também contou com a presença dos colaboradores do hospital, membros da Diretoria, do Conselho Administrativo e do Deputado Estadual Dr. Ulysses Mário Tassinari (PV). De acordo com Aristeu de Almeida Camargo Filho, superintendente da Santa Casa de Itapeva, o objetivo do G8 é levar subsídio à FEHOSP (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo), sempre com a proposta de melhorar a Gestão Hospitalar. “Essa troca tem sido muito importante, pois as nossas dificuldades e carências são enormes. E, em geral, muito parecidas uma com as outras”, explicou.
O G8 realiza encontros mensais. “Saímos de um isolamento e entramos em um programa de integração, que visa os mesmos objetivos”, disse Kátia Ferraz Santana, superintendente da Santa Casa de Marília. Durante a reunião são discutidos assuntos, como a complexidade dos atendimentos realizados pelas Santas Casas, o déficit do SUS, estratégias financeiras para sair do vermelho, entre outros temas comuns aos hospitais.
FEHOSP: G8 indica seu candidato
Durante as apresentações, o G8 anunciou a indicação de Edson Rogatti, Presidente da Santa Casa de Palmital e Representante da Santa Casa de Ourinhos, para a sucessão da presidência da FEHOSP. “Conhecemos a luta que as Santas Casas enfrentam. O que o SUS paga não cobre os custos necessários para oferecermos um atendimento digno e humanizado”, explicou Rogatti. “Os hospitais que participam desse grupo são diferenciados. Temos muitas dificuldades, mas com a união e a troca de experiências conseguimos nos fortalecer e manter nossas portas abertas”, conclui.
Rogatti aproveitou a ocasião para convidar o Deputado Estadual Dr. Ulysses Mário Tassinari, que agora representa a região Sudoeste Paulista na Assembléia Legislativa, a participar da frente parlamentar de saúde, que será formada para defender as Santas Casas e hospitais filantrópicos do Estado de São Paulo. “Quero fazer parte da Comissão de Saúde da Assembléia. Estou deputado para trabalhar em prol das Santas Casas e da saúde. Acompanhei o trabalho do hospital aqui de Itapeva desde o tempo em que as freiras eram as administradoras. Via todas as dificuldades e me sentia impotente, sem poder fazer nada. Por isso, decidi entrar para a política. Quero ser o Deputado da Santa Casa”, declarou Tassinari.
Ações do G8
A união do G8 foi fundamental no período de implantação do AME Itapeva (Ambulatório Médico de Especialidades). “Como ainda não conhecíamos o modelo de gestão do AME, as experiências trazidas por outros colegas que já estavam com seus ambulatórios em andamento, foi fundamental. Extraímos muitas coisas boas”, conta Aristeu. Em contrapartida o G8 observou o modelo da estrutura organizacional da Santa Casa e a forma como ela se relaciona com o Colegiado de Gestão Regional (CGR), tendo sido adotado por algumas Instituições.
Na reunião realizada em Itapeva, os administradores da Santa Casa sugeriram que o DPVAT, seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres, volte a cobrir custos hospitalares. O DPVAT tem a finalidade de amparar as vítimas de acidentes de trânsito em todo o território nacional. O seguro cobre despesas de assistência médica e hospitalares, caso a vítima necessite. “Uma lei determinou que os hospitais vinculados ao SUS não pode mais cobrar do seguro DPVAT, o atendimento médico e hospitalar prestado às vítimas de acidentes de trânsito. As despesas com esse tipo de atendimento são bastante altas e a tabela do SUS não cobre todos os custos. Nossa luta é para que os hospitais filantrópicos voltem a ter esse direito”, explica Aristeu.
Atualmente, têm direito ao ressarcimento de despesa hospitalar aquelas vítimas que foram atendidas em procedimento particular. Existe a possibilidade do hospital, mesmo conveniado ao SUS, fazer, desde que com o consentimento do paciente, atendimento particular. “Nesse caso a vítima deve pedir as notas fiscais de todos os procedimentos e, também, dos profissionais que o atenderam para receber o reembolso. Mas o procedimento às vezes é lento e as vítimas não querem correr o risco de dispor desse recurso”, conclui Aristeu.
Outro assunto proposto pelo G8 foi a reformulação do programa Pró-Santa Casa, que oferece auxílio para compensar o déficit que essas instituições têm com a tabela de procedimentos do SUS (Sistema Único de Saúde), definida pelo Ministério da Saúde. A proposta do G8, entre outros detalhes, prevê a melhor distribuição dos valores repassados aos hospitais, considerando alguns itens como quantidade de atendimentos versus verba arrecadada. “Esse assunto já é discutido pelo G8 há vários encontros, mas foi retomado em Itapeva. Enviaremos a proposta ao presidente da FEHOSP, que fará o encaminhamento ao Secretário de Saúde, Dr. Giovanni Guido Cerri”, define Aristeu.
Segundo a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), atualmente, as Santas Casas atuam com um déficit operacional de R$ 4 bilhões por ano. A Santa Casa de Misericórdia de Itapeva abrange 15 municípios da região, e tem cerca de 80% de seus atendimentos realizados pelo SUS.
Assessoria de Comunicação da Santa Casa de Misericórdia de Itapeva
Jornalista Responsável: Claudia de La Rua – MTB 34.796