Extremamente qualificadas, as enfermeiras obstetras são profissionais fundamentais no acompanhamento e evolução do parto. Também estão aptas a realizar o procedimento quando o parto é normal
Especialidade reconhecida pelas organizações internacionais, a função de enfermeira obstetra ou obstetriz desenvolve papel importante na atenção ao parto e nascimento do bebê. São profissionais qualificadas por cursos de especialização, que permite a realização de procedimentos obstétricos com total segurança.
A atuação desse profissional qualifica o cuidado no parto de baixo risco, com o uso de algumas técnicas, como o banho terapêutico, massagem e exercícios que auxiliam no alívio da dor, cujo resultado é um parto com respeito à fisiologia da mulher e às condições clínicas da mamãe e do bebê. Raquel Cerqueira de Godoy Franco viveu essa experiência há três anos, quando nasceu seu primeiro filho.
“Quando entrei em trabalho de parto tive todo suporte das enfermeiras, que me orientaram nos exercícios com a bola e me deram banho terapêutico para aliviar as dores. Sempre muito carinhosas e cuidadosas. Após cinco horas de trabalho de parto meu Arthur nasceu. O parto foi feito pelo médico, com o auxílio da enfermeira”, lembra emocionada.
A atuação da enfermeira obstetra num trabalho colaborativo com o médico obstetra valoriza e qualifica a atenção clínica como um todo. “As enfermeiras obstetras estão totalmente aptas a acompanhar as gestantes. Em geral, são elas que monitoram e ficam com a paciente até o momento em que chega a hora do médico realizar o parto. No entanto, elas também são habilitadas a realizar o procedimento, quando a gestação é sem risco e os parâmetros estão dentro da normalidade”, conta a gerente de enfermagem da Santa Casa, Lucila Murat.
Há três meses, Karina Machado Cavalheiro de Oliveira teve seu parto realizado pela enfermeira obstetra Poliana Coraza de Oliveira. Tudo de acordo com a Resolução Nº 0479/2015, do Conselho Federal de Enfermagem (Cofem), que autoriza portadores de diploma ou certificado de Enfermeiro Obstetra e Obstetriz a realizar parto normal, sem distócia, visando à redução da mortalidade materna e perinatal.
“Eu não sabia que o parto poderia ser realizado apenas por uma enfermeira, sem a presença do médico. Mas a experiência que tive foi ótima. Ela foi muito cuidadosa comigo durante todo o processo de nascimento do meu bebê. Acompanhou-me nos exercícios e me deu força para suportar as dores. Tudo ocorreu perfeitamente, mesmo sendo um parto de 36 semanas”, conta Karina, mamãe da Yasmin.
Esse modelo de atendimento ao parto, com a inserção do enfermeiro obstetra, é consenso entre especialistas de todo o mundo. Pesquisadores defendem a inclusão desses profissionais como estratégia para redução de cesarianas, que chegam a 88% nos hospitais privados brasileiros. A justificativa é que as enfermeiras obstetras estão comprometidas com as boas práticas obstétricas para o alívio da dor, como o estímulo à movimentação, liberdade para se alimentar e humanização na hora de parir, tornando o parto mais confortável, aumentando as chances de partos espontâneos e diminuindo a necessidade de intervenções desnecessárias.
Daniele Vedana Cremostim teve seu primeiro filho no Japão, há oito anos. Lá,o parto foi realizado por uma enfermeira. “Sempre fui a favor do parto normal. Tenho medo de cesárea. Meu primeiro filho nasceu pelas mãos de uma enfermeira. Quando o médico chegou à sala de parto, ficou apenas observando atentamente. Há dez meses nasceu meu segundo filho, na Santa Casa de Itapeva. O parto foi feito pela enfermeira obstetra Janete Vasconcelos. Fiquei muito segura e tranquila sob os cuidados da equipe e também na presença do meu marido. Depois de tudo concluído o médico me examinou e disse que eu estava ótima”, conta Daniele.
A equipe de enfermagem obstetriz da Santa Casa é formada pelas profissionais Aline Domingues, Claudia Ramos, Janete Vasconcelos, Poliana Coraza, Nathalia Barros, Tatiana Melo, Lidiane Colassante e Paula Gil.